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Saudações, meus queridos amigos!
Um dia destes, enquanto tentava um dia mais superar-me a mim própria fazendo algo que me deixa angustiada e de certa forma irritada, acumulavam-se na minha mente um turbilhão de pensamentos.
Porque sigo fazendo isto? Porque não ponho cobro a esta situação? A conclusão a que cheguei foi sempre a mesma, porque estas pequenas situações não passam de pequenas pedras no meu caminho, e seguir em frente caminhando e superando-me é o meu objectivo.
Quando me deixo invadir por estas dúvidas, sempre penso no que os meus queridos amigos da Nova Acrópole me ensinaram. Em tudo o que fazemos há um ensinamento a retirar; É verdade que por vezes é dificil encontrá-lo, mas não é porque não se vê que lá não está, nós é que temos que aprender a ver com os olhos da alma; Claro está que só conseguiremos quando nos conhecermos a nós próprios, e quando percebermos que somos nós quem colocamos as limitações e estas não passam, por vezes de pequenos caprichos na nossa personalidade, e eu aprendi que só quando conseguir identificar em mim própria estes caprichos eu conseguirei vivenciar esses ensinamentos que se encontram camuflados nas pequenas acções do quotidiano.
É impressionante como é um processo moroso, mas aprendi também que numa escada se sobe degrau a degrau, temos que treinar a paciência e esperar pelo momento certo.
É bom ter mestres na nossa vida, mestres que nos ajudam a seguir em frente, mestres que nos dão as ferramentas necessárias para podermos construir o nosso caminho, e eu queria agradecer áqueles que considero meus mestres o facto de velarem por mim.
Até já!
Um grito da Natureza
Um destes dias, observando e escutando o esvoaçar das folhas de um velho salgueiro atrevi-me a escutar a minha alma, nunca fiz nada semelhante anteriormente, mas talvez tenha chegado o momento de ouvir o que a Natureza tem para dizer.
Contava-me este salgueiro um exemplo de vontade!
Um nascimento… Um despertar… Um acordar para a vida! Um exemplo de coragem, um acto do coração…
Contava-me a força e persistência de uma mãe… Ai… Os mistérios que a Natureza nos reserva.
Sem que o homem desse de conta algo maravilhoso aconteceu… Uma mãe deu à luz!
Deu à luz uma graciosa poldra…
Parecia impossível aos olhos do homem! De onde surgiu?... Quando?...Como passou desapercebido este acontecimento?...
Dizia-me esse salgueiro:
“-O homem não soube ler os desígnios da Natureza. Não ouviu o sussurrar da minha voz que lhe tentava despertar os sentidos, que lhe tentava dizer: Pára… observa…ouve… abre a tua mente…”
Mas o homem seguia num emaranhado de tarefas… sem notar que algo de maravilhoso estava para acontecer.
Até que chegou o momento! E aquela pequena semente que germinava há já muito tempo no ventre de sua mãe decide dizer olá ao mundo… e o homem como sempre não queria acreditar!
Dizia-me esse salgueiro que há muito ansiava poder conversar com alguém… no entanto, tantas pessoas por ali passaram, tantas debaixo da sua frondosa copa se abrigaram do sol…
Dizia-me ele entristecido: “Muitas vezes me perguntei, seriam Homens e Mulheres? Como é possível o vínculo que um dia uniu o homem e a Natureza se ter quebrado, até as crianças deixaram de ouvir a voz da Natureza… Será que um dia vamos conseguir voltar a vincular o Homem e a Natureza?”
Bem… A graciosa poldra tem já três semanas… e todos os dias eu penso neste exemplo de vontade… uma cria que superou tantas dificuldades no ventre de sua mãe… e que hoje corre brincando e desafiando o mundo a superar a crise que se apoderou dele… Decidi chamar-lhe… Esperança!
Esta pequena mas não menos importante conversa que tive com este salgueiro, despertou-me os sentidos, e desde então tenho observado mais atenta, o mundo que me rodeia. Espero poder ouvir da parte deste meu novo amigo outras histórias semelhantes, pois precisamos de exemplos, e é com as pequenas lições da Natureza que devemos aprender.
Fiquem bem… Fiquem atentos…
“ “É uma questão de disciplina”, dizia-me, dias depois, o Principezinho. “De manhã, quando nos levantamos, lavamo-nos e arranjamo-nos, não é? Pois lá também é preciso ir limpar e arranjar o planeta. Há que arrancar regularmente os pés dos embondeiros, mal eles se distingam dos das roseiras com os quais se confundem quando são novinhos. É um trabalho muito aborrecido mas muito fácil.”
Extraído da obra “O Principezinho” de Antoine de Saint- Éxupery
Antes de mais, quero mais uma vez agradecer à Nova Acrópole por me ter dado a oportunidade de à há algum tempo atrás conhecer e trabalhar esta maravilhosa obra que à primeira vista não passa de um livro para crianças, mas que afinal de contas é um tratado filosófico, repleto de sugestões práticas para nos melhorarmos interiormente, e de facto, esta obra é um verdadeiro breviário da esperança, é um hino à transparência e inocência do coração e ao espírito de juventude.
Hoje resolvi pegar no excerto que mencionei no início deste post e reflectir novamente sobre ele, fala-nos de disciplina, de rosas, de embondeiros… mas o que é que podemos retirar daqui?- perguntam-se vocês…
A meu ver, os embondeiros relacionam-se com os vícios e defeitos da nossa personalidade que abafam a alma, isto porque, não sei se conhecem o embondeiro, (mas ele é uma árvore enorme e bastante frondosa), ora estes enquanto sementes não oferecem qualquer perigo, mas quando a semente brota, há que ter cuidado e criar formas de a controlar para que esta ao crescer não se apodere do planeta, fazendo uma analogia entre o planeta e o homem, temos que ser cautelosos, pois assim como o Principezinho fazia a higiene diária do seu planeta, também nós necessitamos de criar formas de realizar esta higiene, necessitamos de criar formas de combater os vícios da personalidade, não podemos deixar que nos abafem a alma.
O Principezinho diz “é uma questão de disciplina…”, ou seja, devemos criar o hábito de limpar a nossa personalidade, para isso devemos estar atentos, e ver onde começam a rebentar os embondeiros, conseguir torná-los em árvores bonitas, que o são… mas quando dominadas. Não deixar no nosso jardim mais do que o necessário para que seja belo e harmónico!
“Há que arrancar regularmente os pés dos embondeiros…”, bem, penso que o essencial, é ficarmos com a ideia de que este “arrancar regularmente os pés dos embondeiros” é como que realizarmos uma limpeza interior necessária para se poder receber os nossos atributos, aquilo que há de bom em cada um de nós mas se encontra abafado por tantos rebentos de embondeiros, temos que desbastar o nosso jardim, como se faz na jardinagem, para que as flores mais bonitas de cada um possam aflorar. Para isso, temos que, primeiro identificar os embondeiros, depois afastá-los do nosso planeta, não deixando no entanto de os olhar com algum carinho, pois fazem parte de nós, devemos é ter o cuidado de os cuidar, pois quando tratados com inteligência podem ser árvores bonitas. Não nos podemos esquecer que tudo é dual.
Por hoje, não vos maço mais, se tiverem a oportunidade leiam ou releiam esta obra e meditem sobre ela, é realmente sublime.
Até sempre!
. Alimento para a Alma
. A Senda